Ilha Grande – Rio de Janeiro

Muito além de uma simples Ilha.

Ilha Grande, um dos meus lugares favoritos com belezas naturais encantadoras, não tem como não se apaixonar. Há muito tempo não voltava a este recanto que era figurinha carimbada em meus destinos. Foi o primeiro lugar que acampei na vida e durante sete anos consecutivos era certo estar por lá, foi amor à primeira vista.
O tempo passou, a saudade apertou e resolvi voltar, porém desta vez não iria acampar! Pela primeira vez resolvi ficar em uma pousada na Vila do Abraão, quis conhecer de uma maneira diferente um lugar tão íntimo. Tinha apenas um sábado e um domingo, nessa condição acampar seria impossível pelo tempo que perderia montando barraca, sendo crucial ter escolhido a pousada.

Madruguei sábado, corri para Mangaratiba, de onde sai a barca para Abraão (transporte marítimo mais barato para ilha), mas o transito não ajudou e eu acabei não conseguindo chegar até às 8 horas, horário de saída da barca aos sábados, por isso escolhi seguir até Conceição de Jacareí, o porto mais próximo da Ilha Grande. Peguei um saveiro, que é um pouco mais caro, mas é muito mais rápido que a barca e em pouco tempo começamos a ver as belezas deslumbrantes, de aguas profundas e cristalinas, com golfinhos dando show para os visitantes.

Chegamos por volta das 10 horas, corremos para pousada, largamos as coisas e procuramos por passeios, escolhemos um que saia as 10:30 para Gruta do Acaiá e Lagoa Verde, dois lugares que ainda não conhecia.

DICA: É fácil barganhar passeios em baixa temporada e finais de semana normais, esse passeio é feito somente aos sábados.

É um dos passeios mais demorados da Ilha, a Gruta fica à duas horas de navegação, no extremo oeste da ilha. Para ter acesso à caverna é cobrada uma taxa, já que a entrada fica dentro de uma propriedade privada.
Tá, mas tem como entrar pelo mar?
Tem, mas a entrada fica a três metros de profundidade e seis de distância, além de sofrer muito com ação da maré, absurdamente escuro no trajeto mar/gruta e cheio de mariscos cortantes em suas paredes escuras, então se você não for um mergulhador profissional, nem se arrisque!

Fui por terra e vi o quão estreita era à entrada e o caminho até os encantos da gruta. Desci deitada meio que sentada, rastejando até chegar perto da água, obviamente era um escuro incrível que só o tato e lanternas alheias me ajudavam.
Quando cheguei coloquei o snorkel, mergulhei e senti a paz suprema em um lugar único, vi que valeu cada esforço para chegar neste lugar que foi um dos mais legais da minha vida. Um aquário natural, fluorescente e lindo! Não mais sair mais dali, entretanto o passeio tinha que continuar. Saí com mais dificuldade ainda, já que agora tinha que subir escalando e rastejando.

DICA: Cuidado para não machucar as costas, caso suba sentado ou agachado, pois o espaço é realmente pequeno.

Seguimos até a próxima parada na Lagoa Verde e uma farta quantidade de peixes nos recebeu em sua água verde e cristalina, que deixam você enxergar o fundo mesmo que esteja distante.

Vale a pena levar óculos de mergulho e nadar até as pedras, a vida marinha é alucinante e às vezes as tartarugas marinhas dão o ar da graça.
Fiquei ali por horas, sem nem ver o tempo passar, nadando e boba com tanta coisa linda e quando percebi o saveiro estava buzinando para seguirmos o passeio.

A próxima e última parada foi no Boipeba! Praia pequena e linda, mas confesso que senti um pouco de tristeza quando fui fazer a trilha para praia, com canos e cheio de esgoto que não combinavam nada com o lugar, segui com lágrimas nos olhos e cheguei à prainha modesta!
Mergulhei e fiquei por ali, para voltar optei nadar até o saveiro, não queria mais presenciar a degradação de um lugar tão maravilhoso como esse.

Passeio finalizado, com muitas lembranças gostosas, voltei à pousada troquei de roupa e era hora de curtir a noite e jantar!
O dia seguinte estava lotado de atividades antes de irmos embora, bora viajar?

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