Praia do Forte – Bahia
Todo mundo sabe que eu gosto de conhecer aqueles cantinhos que só os “locais” conhecem, mas é impossível ir à praia do Forte e não ir tanto ao Projeto Tamar quanto ao castelo Garcia D’Ávila, dois lugares incríveis, ainda mais com as informações passadas com maestria pelo Daniel na visita guiada da Carcará EcoTours.
De cara ele já se mostrou muito simpático, nos deixando o mais a vontade possível, falando de todos os detalhes e história da região, sempre dando um toque a mais nas dicas, que iam além dos lugares que ele nos apresentava.
Ele nos buscou no Hotel e então começamos um dia repleto de cultura e coisas legais, a primeira parada foi na Praça São Francisco, que recebe esse nome graças a Igrejinha de São Francisco, padroeiro da cidade.
A igreja foi construída em 1900 pelos próprios pescadores e fica em frente à Praia do Porto onde ficam vários barquinhos que dão um charme a mais na paisagem. É ali também que se encontra uma feira de artesanato, ótimo lugar para encontrar presentes, eu curti demais uma tartaruguinha de papier mâché e acabei trazendo duas para casa.
Depois de um breve briefing do Daniel, sobre as atrações que conheceríamos, fomos para o famoso Projeto Tartarugas Marinhas (TAMAR). Idealizado por estudantes de oceanografia nos anos 70, só foi concretizado em 1980, com a primeira instalação no Sergipe. A sede da Praia do Forte foi aberta para visitantes somente em 1982, com o principal objetivo de proteção e conservação da fauna marinha, com ênfase para as tartarugas, mas sem deixar de lado outros animais como arraias, tubarões e moreias.
Hoje o Projeto Tamar possui grande representação na conscientização e preservação de várias espécies, espalhados por todo litoral brasileiro. Para os visitantes entenderem um pouco mais a estrutura é interessante e conta com vários aquários e informações, uma verdadeira aula! Podemos até tocar em diversos tipos de cascos de tartaruga e ver esqueletos de perto, não é necessário fazer o trajeto com guia, mas com certeza é recomendado, já que agrega muito mais informação, como por exemplo:
– Você sabia que a tartaruga volta para praia que ela nasceu para fazer sua desova?? Mesmo depois de 20, 30 anos percorrendo mares a fora, ela sabe direitinho de onde saiu e volta às suas origens! Bizarro, ne? Elas já vêm com um GPS de última geração…rs
O Projeto Tamar é um dos principais pontos turísticos da Bahia, mesmo se você for se hospedar em Salvador, é possível fazer o Passeio, já que fica apenas 60 Km da capital baiana, inclusive boa parte da fama da Praia do Forte, se dá a ele, que também é outro lugar conhecidíssimo e figurinha carimbada para quem vai a Salvador.
Super tranquilo e proveitoso para ser feito com crianças e até bebes, existem banheiros limpos, lugar para comprar lanche, loja de souvenires e ótima estrutura com bancos com sombras para possíveis pit stops, eu mesma parei em um deles para dar de mamar. Para quem vai levar o pequeno eu sugiro utilizar um canguru ou sling, já que o chão é de areia e pode interferir na roda do carrinho e fazer uma “cagada” só.
Saímos de lá e fomos direto para o Castelo Garcia D’Ávila, o castelo não fica tão no centro da Praia do Forte, mas é bem pertinho, em menos de 10 minutos já estávamos lá.
Você já tinha escutado falar dele? Pois é, nem eu! Mas é um pedaço extremamente importante da História de nosso país um tanto quanto esquecido. O Castelo Garcia D’Ávila ou Casa da Torre, como também é conhecido, foi a primeira grande edificação portuguesa de arquitetura residencial militar no Brasil, sua construção teve inicio em 1551 pela capela de São Pedro dos Rates hoje conhecida como capela de Todos os Santos, é também a única construção com caraterísticas medievais do nosso país e foi concluída apenas em 1624. O território total era de 800 mil Km², o que corresponde a um décimo do território do Brasil, se tornando então o maior latifúndio do Mundo! Essas terras foram dadas ao Garcia D’Ávila em 1949, pelo primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Souza, que dizem as más línguas era seu pai.
O castelo foi estrategicamente posicionado na parte mais alta do litoral norte da Bahia, onde seria mais fácil avistar navios inimigos e avisar com antecedência a Salvador quem estava chegando, mas como faziam isso? Por sinais de fumaça no total eram 3 faróis, assim que avistavam um navio faziam o sinal de fumaça que era visto pelo outro farol, que emitia o mesmo sinal até chegar ao Farol da Barra em Salvador, que podia preparar-se melhor para contra tacar, genial para a época! Foi bem funcional para combater principalmente os franceses e holandeses.
Foram os D’Ávila também responsáveis pela introdução do coco no Brasil, é eu também não sabia, mas o coco não é brasileiro e sim foi trazido nos porões dos navios dos D’Ávila, eles também foram os primeiros a cultivar cabeças de Gado por aqui, acabaram sendo mais visionários que qualquer outros e sendo uma peça chave da nossa História, que eu mesma não conhecia.
A Família D’Ávila ficou em seu castelo até 1835, quando simplesmente o lugar acabou sendo abandonado e por isso hoje só restam ruínas, o que dificulta muito a analise de onde realmente eram quartos, cômodos e etc.
A construção foi tombada em 1938 pelo IPHAN e só foi recuperado em 1980, sendo então muito recente a instalação do Parque Histórico Garcia D’Ávila, o que nos fez perder muito dessa história toda.
Existe uma área que mostra um pouco dessa reconstrução, uma maquete de como se imagina que era o Castelo, além de um acervo de louças portuguesas que foram encontradas no terreno, porém se você tiver sorte, como eu! Rs Ainda pode encontrar um pedacinho de louça portuguesa presa ao chão, consegui ver um bem na entrada e achei o máximo! Lógico que deixei lá para analise, será mesmo que encontrei uma relíquia?
O local é lindíssimo e vai muito além do Castelo, de cara quando andamos pela estradinha que nos leva ao castelo, damos de cara com uma figueira enorme e LINDAAAA, impossível não parar e curtir um pouco do lugar, com uma sombra deliciosa e um astral maravilhoso, as ruínas do castelo também dão uma bela paisagem, principalmente no segundo andar, onde as janelas são responsáveis pela moldura das praias que avistamos ao fundo, o lugar é realmente incrível e apesar de ser um clichê vale bastante ser visitado, super educativo para ir com crianças e até para os adultos conhecerem mais de perto um pouco da história de seu país!
Carrinhos de bebês andam tranquilamente pelo primeiro andar, porém como tem dois andares, é melhor levar o pimpolho no colo, sling ou canguru. Levamos no colo mesmo e foi tranquilo, só deve se tomar cuidado com o sol que é bem forte e só tem sombra na capela ou na figueira, onde o bebê acabou ficando mais tempo, durante nosso tour.
Curti demais o passeio e mais ainda ter feito com o Daniel da Carcará Ecotous que não deixou escapar nenhum detalhe.
E você? Já conhecia esse pedacinho da nossa História??
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Informations utiles :
Carcará Ecotours – Daniel Boucault
Cel: (71) 9647-5253 / (71) 9100-4475 / (71) 8231-0123
E-mail: dboucault@gmail.com
Skype: Daniel.Boucault
Av. Farol Garcia D’Ávila, s/n
Tel: (71) 3676-0321 / (71) 3676-1045
E-mail : centrodevisitantes@tamar.org.br
Diariamente, das 08:30 às 17:30
Valor 18 reais.
Alameda do Farol, s/n – Praia do Forte
Tel: (71) 3676-1133
E-mail: Sapiranga@fgd.org.br
*Preços referentes ao mês de maio de 2015
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