Visconde de Mauá – Santo Antônio

O lado mineiro de Visconde de Mauá.

Já estava na hora de me despedir de Visconde de Mauá, mas ainda queria aproveitar cada segundo daquele paraíso.
O dia estava bem mais frio e entrar nas cachoeiras se tornou algo bem difícil, então decidimos que só iríamos contempla-las. Isso acabou tornando nosso dia mais produtivo, já que poderíamos fazer o “check out” na pousada sem precisar voltar para tomar banho e trocar de roupa depois e seguir viagem em direção às cachoeiras bem mais distantes do circuito de Visconde de Mauá.


Aproveitamos que as cachoeiras que queríamos conhecer ficavam no meio do caminho para a volta ao Rio de Janeiro e seguimos por uma estrada de terra bem longa, onde é aconselhável um carro 4×4, mas para quem não tem muita frescura com o carro pode arriscar em um carro de passeio sem problemas. Também existe uma opção para quem pretende retornar à Visconde de Mauá e não quer se preocupar com o carro, em Maromba são oferecidos quadriciclos para aluguel e passeios em caminhão 4×4 com roteiros parecidos com o que fizemos com duração de bem longa, é preciso dedicar um dia inteirinho.
Tudo arrumado, vamos que o tempo não espera! O caminho é longo e ainda teríamos que descobrir as cachoeiras pelo caminho, sem placas, mapas ou coisas mais exatas que apenas dicas do dono da pousada ou do rapaz da empresa que faz os passeios.
Seguimos em direção à Mirantão e Santo Antônio, bem mais para o lado mineiro de Visconde de Mauá, andamos muito sem muita certeza do que viríamos pela frente, muita estrada de terra, algumas casas pelo caminho e outras bifurcações, mas de vez em quando ainda encontrávamos pessoas pelo caminho que podíamos perguntar algo, então acabou sendo mais fácil nos localizarmos. Quando chegamos à Santo Antônio perguntamos logo sobre a Cachoeira do Rio Grande e alguns quilômetros depois achamos, para mim a segunda cachoeira mais bonita que vi na viagem, bem grande com um ótimo espaço para mergulho e quedas d’água, lindaaa demais!

Um verde incrível com uma ponte que dava um charme a mais, parecia o cenário de um quadro pintado com todo carinho. Perto da cachoeira também tem tipo uma lanchonete que fiquei sabendo que na alta temporada serve peixe fresquinho, pescado quase na hora, mas infelizmente quando eu cheguei estava fechado.
Seguimos caminho em busca da Cachoeira das 5 Estrelas, andamos, andamos e andamos e só víamos pastos e mais pastos.
Reunimos pequenas informações sobre o trajeto que havíamos conseguido em Santo Antônio e nada batia na prática, quase desistimos no meio do caminho, a fome era grande e não encontrava mais ninguém, mas sou teimosa e brasileira e continuei procurando, até que encontrei alguns andarilhos que salvaram o caminho indicando as bifurcações e bemmmm depois encontrei algumas placas e tcharãmmm, agora simmm a Cachoeira das Cinco Estrelas! Uma placa bem desbotada com 5 estrelas cunhadas indicava a direção, paramos o carro e era hora de por os pés para funcionar, mas prestem atenção, não pode entrar com bebida e comida no lugar, iniciativa para ajudar a preservação.
Assim que entramos na porteira e andamos um pouquinho, já encontramos uma queda bem singela, mas será que era essa?? Tão tiquinho, foi a primeira coisa que pensei, mas aí percebi que não poderia ser e continuei andando e aí sim uma linda queda, imponente! Amei o lugar de cara, mas não aconselho para banho, o poço não é tão grande, talvez no calor uma bela ducha para renovar as energias seria indicado. Para relaxar mesmo com a família diria que a melhor para aproveitar um banho gostoso é a Cachoeira do Rio Grande.
Continuamos e agora era hora de procurar a maior de todas, a Cachoeira do Paiol. Dessa vez sem nenhuma informação e ninguém pra perguntar, se para a Cachoeira das 5 Estrelas já tinha sido bem difícil achar o caminho, para essa com certeza seria pior, pois era mais pro interior ainda e longe de TUDO! Andamos quilômetros e quase desistimos várias vezes, sem nenhuma placa ou viva alma, fomos apenas com o instinto e um mapa muito do mal feito, começamos a passar bem perto de várias fazendas, mas nada de informação. A única coisa que sabíamos era que a Cachoeira era naquela direção e que seria quase impossível chegar perto, ao menos era isso que nos haviam falado.
Passamos por muitas porteiras, andamos e andamos, até que começamos a subir por estradas quase impossíveis, mesmo com 4×4 cada vez mais estreitas. Começávamos a querer ir embora, ai céus, ficar no escuro por aqui não vai dar certo não, mas de longe vimos uma pontinha da esperança, a Cachoeira do Paiol!!! Só que de longe, droga!

Vamos continuar! Quero chegar até lá, é MUITO grande quero ver de perto, vamos continuar e do nada ela sumiu das nossas vistas e o caminho começou a piorar consideravelmente. É… vamos ter que nos contentar com o vizu de longe, é melhor voltar e depois vir com alguém que conheça o caminho.

Nessa hora meu estômago quase comia meu fígado de tanta fome e por mais que a Cachoeira do Paiol fosse linda, tive que assumir que voltar tinha sido a melhor escolha.
Seguimos então para o Rio de Janeiro, mas quem disse que foi fácil ?
Afinal ainda tínhamos que voltar o caminho toooodo ou encontrar uma estrada alternativa, a Serra do M, toda de terra que nos levaria direto ao município de Resende. A fome ficava cada vez mais forte, mas no final tudo acabou bem e estou louca para voltar e chegar aos pés dessa Cachoeira que parece ser alucinante!
E você já foi até a Cacheira do Paiol??

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